Lana Moraes busca explorar a interseção entre conceitos geográficos de cartografia e mapeamento com uma abordagem da leitura do corpo humano. Desde os primeiros desenhos de Andróginas, passando pelos estudos das amorfas e chegando à série intitulada 'Cartografx dx Corpx' (Cartografias de Corpos), o objetivo é aprofundar-se nas complexidades do corpo a partir da abstração, especialmente no contexto queer, onde o corpo é percebido como um território em constante transformação. O princípio fundamental de seu trabalho reside na ideia de que o corpo queer representa um sujeito de auto territorialização, um espaço em evolução contínua que se redesenha e se reapropria do mundo ao seu redor.
Lana Moraes
Meu trabalho explora a relação entre o reconhecimento da topografia e a leitura do corpo queer. Com influências tão diversas quanto Robert Smithson e Judith Butler, novas camadas são moldadas a partir de relacionamentos implícitos e sexistas.
Desde que comecei a desenhar, fui atraída pelo meu encontro como representação e assim encontrei a figura sintética da Andrógina, o início da minha pesquisa. Fui levada a compreender melhor como as construções sociais afetam nossos corpos e identidades a partir de então.
À medida que as formas são redescobertas por meio de práticas sociais pessoais e coletivas, elas constroem paisagens que nos permitem perceber que há mais para descobrir, mesmo na linha que parece dividir, mas em si mesma, traz um espaço entre.
Plataforma de Pesquisa e Arte a Andrógina
A intenção com a Plataforma de Pesquisa e Arte a Andrógina (2016) é gerar autonomia de fala e ação, em que x artista não é apenas uma voz, mas a análise crítica sobre aspectos culturais e sociais em torno de gênero e sexualidade por meio do conhecimento sobre a historicidade de assuntos como sexo, gênero, sexualidade, identidade e tudo que orbita em torno da construção social de um corpo, a fim de criar uma produção artística com compromisso e legitimidade.
Existe uma grande política estrutural que acaba engendrando nossos corpos e nossas possibilidades de existência, e que muitas vezes acabam não sendo legitimados, ou por uma negligência das instituições e/ou por uma indiferença em relação a vivências fora do espectro binário. A Andrógina tem como compromisso estudar essa condição social, que a partir da pesquisa e produção artística, acessa lugares e tais problemáticas com mais dignidade, para interceptar ou hackear tais espaços a partir da identidade dissidente e pelas atuações artística e social, que têm como suporte a pesquisa arqueológica e subversiva das propriedades da carne e do Estado.
FORMAÇÃO
Graduada em Designer de Moda pelo Centro Universitário Belas Artes de São Paulo (2014).
Pós- graduada em Estética e Gestão de Moda pela ECA (USP, 2017).
Graduada em Artes Visuais no Centro Universitário Belas Artes de São Paulo (2021).
EXPOSIÇÕES INDIVIDUAIS
2024- "A morte da linha", Projeto Soda, São Paulo.
EXPOSIÇÕES COLETIVAS
2024- "Cama de Gato", Hermes Artes Visuais, São Paulo.
2024- Residência coletivo FONTE, São Paulo.
2024-"CARVANAL". Coletivo FONTE, São Paulo.
2023- "Acervo Rotativo"
de Laerte Ramos, MAC Sorocaba.
2023- "Acervo Rotativo"
de Laerte Ramos, LUX espaço de arte, São Paulo.
2021- Gira Primaveril.
2021- Residência Hermes Artes Visuais
(com Carla Chaim, Nino Cais e Marcelo Amorim), São Paulo.
2021- NZANZA- Escola sem sitio.
2021- Entre lobo e cão - Chamada Internacional de Arte.
2021- MOSTRA OCUPE: filhos da distopia (confraria 27).
2020- Museu da Diversidade Sexual. ,São Paulo.
2019- SP FOTO “Baralho”- Jardim do Hermes, (Circuito de ateliês abertos),SP.
2019 – SP ARTE “Rotas” – Centro Universitário Belas Artes de São Paulo, Bienal de São Paulo, SP.
Lana Moraes seeks to explore the intersection between geographical concepts of cartography and mapping with an approach to reading the human body. From the earliest drawings of Androgynes, through studies of the amorphous, and culminating in the series entitled 'Cartografx of the Body' (Body Cartographies), the goal is to delve into the complexities of the body through abstraction, particularly in the queer context, where the body is perceived as a territory in constant flux. The fundamental principle of her work lies in the idea that the queer body represents a subject of self-territorialization, a space in continuous evolution that redraws and reappropriates the world around it.
Lana Moraes
My work explores the relationship between topographical recognition and the reading of the queer body. With influences as diverse as Robert Smithson and Judith Butler, new layers are shaped from implicit and sexist relationships.
Since I began drawing, I have been drawn to my encounter with representation and thus found the synthetic figure of the Androgynous, the beginning of my research. I was led to better understand how social constructions affect our bodies and identities from then on.
As forms are rediscovered through personal and collective social practices, they construct landscapes that allow us to perceive that there is more to discover, even in the line that seems to divide but in itself brings a space between.
Research and Art Platform The Androgynous
The intention with the Research and Art Platform The Androgynous (2016) is to generate autonomy of speech and action, where the artist is not only a voice but a critical analysis of cultural and social aspects surrounding gender and sexuality through knowledge of the historicity of subjects such as sex, gender, sexuality, identity, and everything that orbits around the social construction of a body, in order to create artistic production with commitment and legitimacy.
There is a great structural policy that ends up engendering our bodies and our possibilities of existence, which often end up not being legitimized, either by negligence of institutions and/or by indifference towards experiences outside the binary spectrum. The Androgynous is committed to studying this social condition, which through research and artistic production, accesses places and such issues with more dignity, to intercept or hack such spaces from the dissident identity and by artistic and social performances, supported by the archaeological and subversive research of the properties of flesh and the State.
Education
Graduated in Fashion Design from the Belas Artes University Center of São Paulo.
Postgraduate in Aesthetics and Fashion Management from ECA (USP).
Graduated in Visual Arts at the Belas Artes University Center of São Paulo.
INDIVIDUAL EXHIBITIONS
2024- "The death of the line", Projeto Soda, São Paulo.
GROUP EXHIBITIONS
2024 - FONTE collective residency, São Paulo.
2024-"CARVANAL". FONTE collective, São Paulo.
2023 - "Rotating Collection" by Laerte Ramos, MAC Sorocaba.
2023 - "Rotating Collection" by Laerte Ramos, LUX art space.
2021 - GIra Primaveril.
2021 - Hermes Visual Arts Residency (with Carla Chaim, Nino Cais, and Marcelo Amorim).
2021 - NZANZA - School without site.
2021 - Between Wolf and Dog - International Art Call.
2021 - MOSTRA OCUPE: children of dystopia (confraternity 27).
2020 - Museum of Sexual Diversity (São Paulo).
2019 - SP PHOTO "Deck" - Hermes Garden, (Open Studio Circuit), SP.
2019 - SP ARTE "Routes" - Belas Artes University Center of São Paulo, (São Paulo Biennial), SP.