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MANIFEStA

CARTOGRÁFICA.

 

escrito por a Andrógina   

02 de fevereiro de 2022

Para a cartógrafa-artista, a linguagem não é apenas um veículo de mensagens, mas, em si mesma, a criação de mundos. A prática cartográfica diz respeito, fundamentalmente, às estratégias de formação do desejo no campo social. 

 

A tarefa cartográfica é dar língua para afetos que pedem passagem. Quem cartografa, é antes de tudo uma antropófaga pois vive de devorar e que organiza o que expele. Está sempre buscando elementos/alimentos para compor suas cartografias.

 

Artista que absorve matérias de qualquer procedência. Tudo o que der língua para os movimentos do desejo, tudo o que servir para cunhar matéria de expressão e criar sentido é bem-vinde. Todas as entradas são boas desde que as saídas sejam múltiplas. Em função disso,serve-se de fontes das mais variadas. Seu perfil, assim como o de um artista, é exclusivamente um tipo de sensibilidade.

 

Cartografia e arte, em que mapear sai da representação de um todo estático, uma vez que se trata de um desenho que acompanha e se faz existir ao mesmo tempo que os movimentos de transformação da paisagem. Paisagens psicossociais, identidades e corpos também são cartografáveis. Não há nada em cima –- céus da transcendência –-, nem embaixo — brumas da essência. O que há em cima, embaixo e por todos os lados são intensidades buscando expressão.

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Rolnik, S. (n.d.). CARTOGRAFIA ou de como pensar com o corpo vibrátil. PUC-SP - PontifÍcia Universidade Católica de São Paulo. Disponível em: https://www.pucsp.br/nucleodesubjetividade/Textos/SUELY/pensarvibratil.pdf. Acesso em: 20 de Fevereiro de 2022. (Trechos de Suely Rolnik: Cartografia Sentimental, Transformações contemporâneas do desejo, Editora Estação Liberdade, São Paulo, 1989).

texto revisado por Julia Bernardet.

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