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Não é história quando não há humanidade. 

escrito por a Andrógina   

24 de fevereiro de 2022

Respeitar a humanidade para se ter História. Apesar de atender a uma premissa cronológica para organizar seus conhecimentos, também, e acima de tudo, é  responsável por suas contextualizações, pelo que foi esse passado na perspectiva do presente, suas causas e dores, assim como suas misérias e vergonhas.

 

A transfobia passa pela perspectiva unilateral da cisgeneridade sobre o que é passado e futuro, inclusive sobre vidas trans. Usar os pronomes não é resgatar o tempo da vida de alguém pois tempo é verbo e não pronome ou falsos nomes que serviram apenas para tirar nossa liberdade, nossa humanidade, assim como nosso nome morto ou qualquer expressão para se referir a nós pelo olhar hegemônico, cisgênero e heteronormativo.

 

Tratar uma pessoa pelo pronome em que ela não se reconhece, o termo que não a define ou ao qual não pertence, é violentar e retirar o mínimo da dignidade de nossos corpos, além de reforçar todo o sistema no qual vivemos e que oprime nossa existência, seja ela qual for.

 

Mapear a história não se trata de empilhar fatos e expor atrocidades, mas tecer um raciocínio sensível que vise (sempre) preservar a dignidade humana através de uma narrativa que nos ensine a não repetir o passado.

texto revisado por Julia Bernardet.

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