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A maior vitória do machismo

escrito por Lana Moraes

21 abr 2025

A maior vitória do machismo não é apenas o domínio dos corpos ou a exclusão dos espaços de poder. É algo mais sutil e, por isso mesmo, mais devastador: fazer com que mulheres cis aceitem sua inferioridade como se ela fosse natural, biológica, inevitável.

Esse sistema patriarcal, ao longo da história, construiu uma narrativa em que a biologia foi usada como justificativa para a subordinação. Inventou limitações, atribuiu papéis fixos, definiu destinos — tudo isso com o verniz da ciência, da moral ou da tradição. A mulher foi reduzida ao seu corpo, à sua função reprodutiva, ao seu “instinto cuidador”, como se essas fossem verdades absolutas e não construções políticas e culturais.

Mais perverso ainda é perceber como essa mentira, repetida por séculos, foi internalizada. Quando uma mulher acredita que vale menos por ser mulher, quando limita seus sonhos, sua voz ou seu espaço por achar que “é assim mesmo”, o machismo triunfa sem precisar levantar a mão. Ele vence no silêncio, no cansaço, na resignação.

Desconstruir isso exige coragem. É olhar para dentro e perceber o quanto de nós foi moldado por uma lógica que nunca nos favoreceu. É resgatar nossa potência para além do que disseram ser possível. Porque inferioridade não é destino biológico — é projeto social. E todo projeto pode ser refeito.

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